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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Mudanças climáticas e a vida na Praia do Cassino

Pessoal, recebi de um grande amigo e novo correspondente do RGsurf, um texto muito bom, que pode elucidar algumas questões sobre um assunto bastante polêmico e que as pessoas me perguntam bastante a respeito:  As mudanças climáticas, por Fernando "Magaiver" Hirata.

A evolução do debate sobre as mudanças climáticas globais e a vida no Cassino.

Amigos do RGsurf, fui convidado pelo site para contribuir com essa valiosa iniciativa de valorização da Praia do Cassino. Morei por aí durante alguns bons anos e ver a praia ao vivo traz muitas lembranças boas. Quem sabe um dia eu volte para ficar? Enquanto isso, tentarei colaborar como posso. Este é o primeiro passo e espero que vocês gostem.

Há muita discussão sobre o conceito, a origem e a magnitude do que nos acostumamos a chamar de mudanças climáticas. De início, o termo “mudança climática” sugere uma alteração do clima por fatores externos, uma vez que pensamos no clima como algo que varia naturalmente. Uma mudança climática, então, seria introduzida por um acontecimento estranho aos ciclos que regem as condições ambientais entre o fundo do mar e o espaço sideral. Entretanto, uma alteração do clima pode ser forçada por um fenômeno natural. Um exemplo clássico é o de uma grande erupção vulcânica. Reza a lenda que, em 1815, um vulcão indonésio chamado Monte Tambora produziu uma das mais espetaculares erupções dos últimos 15.000 anos. O ano seguinte à erupção do Tambora ficou conhecido nos EUA como “o ano sem verão”, quando nevou na Nova Inglaterra (região NE dos EUA) em pleno mês de junho (início do verão no hemisfério norte). O esfriamento global de 1816 foi uma consequência do bloqueio da radiação solar pelas cinzas expelidas pelo vulcão, que atingiram grandes altitudes na atmosfera e demoraram anos para assentar completamente.

Apesar da importância de fenômenos naturais que forçam comportamentos anormais do clima, a queima de combustíveis fósseis é cada vez mais aceita entre os pesquisadores como um fator importante na alteração dos padrões climáticos a que estamos acostumados. A discussão mais atual entre cientistas do clima não gira mais em torno da relação entre as mudanças climáticas que observamos e as atividades humanas. As mudanças do clima são reais e a nossa maneira de viver é certamente uma parte do quebra-cabeça. As discussões mais importantes hoje são sobre a magnitude da alteração do clima terrestre pela atividade humana e sobre a urgência de ações que minimizem os efeitos nocivos dessas alterações. Assim, podemos imaginar duas posições diametralmente opostas (alarmismo e conformismo) e que nós nos colocamos em algum lugar entre as duas.

Alarmistas são aqueles que vêem as mudanças do clima como um problema que precisa ser encarado com urgência. Para eles, não há tempo a perder e se não fizermos nada logo, o mundo vai para o Beleléu. Os conformistas são descendentes dos céticos. No início da polêmica sobre o impacto das atividades humanas no clima, os céticos foram aqueles que, em um primeiro momento, defenderam a tese de que não havia impacto humano nenhum sobre o clima. Com o tempo, os céticos passaram a reconhecer que o impacto existia, mas que a proporção desse impacto em relação aos ciclos naturais era muito pequena. Diziam que variações naturais da temperatura dos oceanos ou da atividade solar eram os principais fatores que forçavam as temperaturas médias globais para o alto. Com o tempo e com o desenvolvimento de estudos mais aprofundados sobre a origem das mudanças climáticas, os céticos começaram a desaparecer e cederam lugar aos conformistas, que concordam que as atividades humanas são fundamentais para as mudanças, mas que acreditam que não há motivos para pânico. Os conformistas esperam que variações naturais irão, de alguma forma e em um futuro incerto, equilibrar a balança e manter os termômetros sob controle.

Apesar dessa evolução no debate sobre o problema, não podemos esperar que isso será resolvido em Conferências das Nações Unidas e por Protocolos de Kyoto ou de qualquer outro lugar. É simplesmente muito difícil resolver um problema que não respeita fronteiras se continuamos a pensar como nações distintas, com interesses conflitantes. Alguém acredita que EUA e China vão mostrar algum comprometimento com metas de diminuição de emissão de gases estufa? Eu não. E isso acaba criando um sentimento de impotência no plano das negociações internacionais e resulta na falta de ação de países que inicialmente estariam comprometidos em reverter as mudanças do clima. Além disso, falar em luta contra mudanças climáticas globais passa uma sensação de impotência individual. De que adianta eu diminuir meu consumo ou reciclar meu lixo, se o resto da galera abusa como pode?

É bem provável que essas mudanças climáticas afetem cada vez mais as nossas vidas, o nosso trabalho e o nosso lazer. Parece que o futuro é mais incerto hoje do que foi no passado e acredito que, se não podemos frear as mudanças, precisamos nos preparar para enfrentar situações diferentes e possivelmente mais estressantes. Teremos que nos adaptar e essa transição para viver sob novas condições pode ser mais suave e confortável ou mais abrupta e dramática. A expressão das mudanças do clima não são iguais para todo o mundo e cada lugar sofre um impacto diferente.

Dentro dessa perspectiva, a mudança climática também é observada em escala local, com todas as particularidades de uma cidade ou de uma região. Por exemplo, mais gente vai à praia a cada ano. Se o crowd está relacionado aos problemas do clima, é uma outra história. Mas mais gente no Cassino representa mais trânsito nas ruas e mais carros na areia, falta de água, aumento da concentração de lixo e lançamento de esgoto nos arroios. Talvez seja complicado reverter o nosso impacto no clima global, mas é perfeitamente viável ir à praia caminhando ou de bicicleta, evitar desperdício de água, reduzir nosso nível de consumo e geração de lixo e exigir saneamento básico e um plano de desenvolvimento urbano do balneário. Independente da nossa posição individual acerca do impacto das atividades humanas no clima, algumas atitudes podem melhorar definitivamente o veraneio de todos que vivem o Cassino o ano inteiro. E de quebra, ajudam a diminuir a nossa contribuição ao apocalipse climático pintado por alguns alarmistas. Se eles estão certos ou não, ninguém sabe. Mas a vida pode ser melhor em qualquer lugar e todos podemos contribuir.

Fernando Hirata é jornalista e oceanólogo, com graduação e mestrado na FURG e atualmente está tirando o PhD. em Dinâmica Climática pela Georgia Tech, Atlanta - USA.

Valeu Magaiver!!!

9 comentários:

Anônimo disse...

GRANDE BOSTA!!!

Anônimo disse...

/\ GRANDE BOSTA É A TUA VIDA! QUE NAO TEM SIGNIFICADO NENHUM..SE TU NAO TE IMPORTA COM ISSO..TU É UM VERME!

Anônimo disse...

Aposto que esse infeliz ai de cima nem mora aqui e se mora é de fora bando de pau no cu, porco, mata todos a pau pra ve se aprende ou voltem pros seus chiqueiros esse verão vai rolar o pior localismo de todos os tempos!!!pode ter certeza lixo 0 na praia do cassino...

Augusto disse...

Anônimo 1, gostaria de ler os seus argumentos para esse comentário.

Anônimo disse...

Localismo é surfista contra surfista, e geralmente surfista não estraga a praia... Não entendi no que "o pior localismo de todos os tempos" vai ajudar...

Anônimo disse...

Independente de qualquer mudanca climatica, quem deixa residuos seja na praia, seja em qualquer outro lugar nao destinado para tal finalidade, é no minimo sem educacao!!! E educacao é base para tudo!!

Marcos Silva disse...

Que localismo o cacete meu irmao, moro em Pelotas surfo a 12 anos no cassino preservo a natureza e qualquer praia sempre, me do pra caralho com uma galera do cassino e localismo só na tua rua mané!! Orienta esses porco sujo, educa tuas cria e para de bobagem de localismo, n fodi, Praia é lugar de lazer e ñ de stress!!

Leonardo Martí disse...

Então, achei bem interessante o texto que foi escrito... Também acredito na teoria que as ações humanas venham a colaborar com o aumento dos impactos sobre o meio ambiente (e muito) como também nas alterações climáticas... Mas não se pode deixar de escutar os argumentos de quem estuda o contrário (não argumentos sem pertinência como alguns citados acima!!! Pois através de discussões e discórdias é que há um melhor entendimento dos assuntos em geral!!! Para quem tiver interesse em saber um pouco mais sobre esse tema e ver trabalhos cientificos relacionados, indico o site (www.redelitoral.ita.br).Projeto em parceria com o ITA/CPTEC/POLI-USP/IRN-UNIFEI no qual fiz parte durante meu mestrado que visa estudar os impactos das mudanças climáticas no litoral norte de São Paulo!
Isso ae augusto, é bem interessante trazer temas atuais para a galera poder pensar (e opinar)sobre as problemáticas ambientais...

Márcio (Kbçao) disse...

Parabéns pelo texto, Fernando Magaiver!
Espero que surta o efeito positivo para todos os leitores.